A IMPORTÂNCIA DOS THIRD PLACES NO VAREJO 4.0
Nos últimos meses, vivemos momentos de tensão, pânico, medo, descobrimento, redescobrimento, perdas.. ganhos e muita adaptação ao enfrentar a pandemia do corona vírus, não só dentro dos nossos ambientes de trabalho mas também dentro das nossas casas que se tornaram além do lugar de segurança e descanso, também um lugar de isolamento social. Esse novo formato trouxe consigo muitas reflexões e auto-conhecimento, mudando a nossa forma de olhar a vida, de forma a sentirmos a necessidade de vivenciar experiências mais profundas e significativas com pessoas e com os espaços que frequentamos.
Dessa mesma forma, as experiências de compras também sofreram transformações. Hoje, não buscamos apenas comprar o produto, mas também experimentar o que o espaço físico onde ele está inserido tem a oferecer. Com um novo olhar para o lazer, Os third places (terceiros lugares) já vinham se destacando nos últimos anos e só aumentaram sua visibilidade após a quarentena com o propósito de conectar pessoas e serviços de forma a ser uma extensão da nossa própria casa e trabalho, propondo experiências de lazer e conforto sem perder seu objetivo de integra-los ao consumo consciente e natural.

O THIRD PLACE
Uma coisa que falta na vida da maioria das pessoas nos tempos modernos é um "terceiro lugar". O sociólogo Ray Oldenberg foi o pioneiro do conceito em seu livro The Great Good Place, de 1989, no qual ele explica que o terceiro lugar é um ponto de encontro, um centro comunitário ou uma “casa longe de casa” que oferece uma zona essencial fora do lar e do trabalho.
Com seu design moderno e ambiente intelectual, um terceiro lugar é um espaço acolhedor que cultiva experiências sociais essenciais na companhia de pessoas com interesses semelhantes. Em termos de espaço, um terceiro local é criado para ser um ponto de encontro convidativo para seus habitantes. Os cafés têm sofás e mesas. Os bares oferecem bancos onde você pode sentar confortavelmente com os amigos e beber bons drinks. Nunca é difícil passar um tempinho por lá. E na real? É a segunda melhor coisa depois de se jogar no sofá da sua própria sala de estar depois de um dia longo de trabalho.
Com essa ideia, os third places entram no varejo como um lugar para os clientes chamarem de seu, depois de casa e do trabalho - um destino não apenas para comprar um material de acabamento, um alimento ou algumas roupas novas, mas também um local para socializar, fazer networking, trabalhar e aprender algo novo.
COMO ELES SÃO?
Um bom third place é de fácil acesso e fica perto de casa ou do trabalho. Não precisamos gastar muito tempo e energia para chegar lá. Você pode entrar e sair rapidamente sem muito estresse ou planejamento. Ele pode ser gratuito ou no mínimo, acessível financeiramente, sem precisar gastar muito. Isso torna a visita acolhedora e convidativa e a falta de pretensão torna este um local onde pessoas de diferentes classes e mundos podem se misturar.
Em geral, eles também oferecem comida e bebida, a base da socialização. Comer e beber dá às pessoas algo para fazer e proporciona uma atmosfera confortável e informal. Por isso a ideia é não ter formalidade de vestimenta, as pessoas vão como estão, quando querem e vão embora com a mesma facilidade.
Um terceiro lugar é sempre um terreno neutro - ninguém tem a obrigação de estar lá e ele tem sempre os “regulares”. Se você vai com frequência suficiente, você se torna um. É aquele lugar onde todos sabem o seu nome. Você vai se sentir mais como um convidado em uma festa do que um cliente em uma loja - outra marca dos third places. As pessoas ficarão felizes em ver você aparecer e vão te tratar como um grande amigo de velhos tempos.
QUAL A IMPORTÂNCIA DELES PARA O VAREJO?
À medida que o cenário do varejo foi se tornando mais fragmentado e a retenção da lealdade do cliente uma proposta cada vez mais escorregadia, as marcas começaram a procurar não apenas vender um produto ou serviço, mas também construir uma comunidade entre os clientes. Para conseguir isso, o varejo precisou começar a mudar suas estratégias para explorar novos locais de loja, modificando o design e alterando seus relacionamentos com os clientes, de forma a se conectar a eles intimamente, conquista-los e mantê-los conectados a marca. Assim, os third places entram no jogo e conseguem oferecer essa conexão poderosa que vai além das palavras e que cria ações repetidas e positivas nos consumidores. É algo que precisa ser nutrido continuamente para manter a conexão viva e bem? Sim, com certeza, mas isso converte um consumidor eventual em um consumidor recorrente.
Um third place não é apenas um lugar legal para conferir. É importante - até mesmo essencial - para qualquer pessoa. Não importa o quão legal seja a sua situação de vida, você precisa se afastar dela assim como precisa se afastar do trabalho. Um terceiro lugar existe especificamente para este propósito: te trazer a possibilidade de uma conexão autentica com pessoas que são diferentes de você, em um lugar que te proporciona a mesma sensação de segurança que a sua casa e que te vende aquilo que você gosta de consumir de forma natural, acessível e prática.
Os hábitos de compra dos clientes mudaram para sempre e pode ser muito arriscado não posicionar sua marca de acordo. No entanto, existe uma grande oportunidade no centro da história do varejo. Criar terceiros lugares que motivem as pessoas a explorar e se envolver com sua marca, defender sua visão e lutar a sua batalha pode ser uma forma de se lançar nos novos formatos de varejo atuais, que têm o consumidor no centro do projeto e visam investir em uma conexão real que gera resultados a curto prazo.
Eu vou te contar, tenho dois third places pra chamar de meu e sou uma fiel escudeira! Mas por onde começar? Fica de olho, porque em um próximo post vou te contar como criar um third place na sua loja física :)

xoxo, Mah
#blogretail4u #retailmerchandising #arquiteturacomercial #thirdplaces